BLOG – VEM NASCER

Uma história de parto a jato

A maioria dos trabalhos de parto, em mulheres que vão ter seu primeiro filho, costuma durar de 12 a 18 horas (das primeiras contrações até nascer). Nossa, Carla, é muito tempo! Veja: você passou nove meses gestando seu bebê e será mãe dele ou dela para o resto da sua vida. Um dia é muito para parir? E quanto tempo a mulher precisa para dar significado àquilo que está acontecendo no seu corpo? Mas neste post vou falar dos partos a jato, aqueles fora da curva. Se a evolução for muito rápida, você e seu acompanhante sabem como agir? Sua doula conversou com vocês sobre os sinais de que está bem perto de nascer?

Anestesia: o que devo saber?

Antes de começar a falar sobre anestesia, é importante dizer: toda mulher deveria ter direito a métodos para alívio da dor no parto, sejam eles farmacológicos ou não. Isso, infelizmente, não é realidade em boa parte dos hospitais brasileiros. E, como o limite de dor é totalmente individual, também deveria ser decisão da própria gestante se vai tomar anestesia ou não (exceto, claro, nos casos em que a equipe médica indicar como intervenção necessária para o parto).

Reduzindo a percepção de dor no parto

A dor é uma experiência subjetiva influenciada por vários fatores, como atenção, emoção, crenças, cultura, expectativas. Se penso que estou em perigo, isso aumenta minha percepção de dor. A expectativa de sentir muita dor também pode ampliar minha percepção de dor. E, se coloco meu foco na dor, esse “holofote mental” pode fazer a dor crescer! O que pode reduzir a percepção de dor? Entre os recursos que são muito bem-vindos para esse propósito estão: mindfulness, foco (na respiração, por exemplo), hipnose, visualização.

Sobre doulas e sua rede de apoio

Uma doula precisa ter uma rede de backups de total confiança. Porque a gente nunca sabe quando o bebê vai nascer, né? E se eu não posso estar no parto, outra doula precisa ir no meu lugar. Com minhas backups, eu estou muito segura de que a parturiente se sentirá cuidada e acolhida. Claro que é difícil não acompanhar aquela mulher com quem você criou vínculo e que te escolheu. Mas, se fiz um bom trabalho, ela vai entender que o parto acontece no corpo dela e que a equipe está ali para apoiar suas escolhas.

Mindfulness como caminho para uma experiência positiva de parto

Acabo de me tornar instrutora certificada GentleBirth, um programa de preparação para o parto que reúne técnicas de mindfulness, hipnose e psicologia do esporte para proporcionar às mulheres uma experiência positiva de gestação, parto e pós-parto. Apoiado na neurociência e na obstetrícia baseada em evidências científicas, o GentleBirth ajuda na criação da resiliência emocional nas gestantes, dando confiança para lidar com os desafios que vão aparecer durante o processo. Também pode ajudar a:

Algumas palavras sobre parto domiciliar neste momento de pandemia

Há mais de cinco anos eu atuo como doula e, durante todo este tempo, sempre defendi a escolha informada das mulheres sobre o tipo de parto que queriam, onde e de que forma desejavam parir seus bebês. Estas palavras são para aquelas que já optaram pelo parto normal por ter a certeza de que é melhor e mais seguro para elas e seusfilhos. Então a pergunta é: onde parir? Em casa ou no hospital? A decisão de parir em casa precisa ser uma escolha consciente e orientada. Tem que fazer

Consumo de tâmaras na gestação acelera o parto?

Alguns obstetras que conheço vinham indicando tâmaras para as suas pacientes como forma de ter um parto mais rápido. Mas isso tem comprovação científica? A resposta é sim! Estive nos últimos quatro dias imersa no Siaparto – VI Simpósio Internacional de Assistência ao Parto. Em uma das palestras, a médica Ana Thais Vargas apresentou uma metanálise bem recente, de 2019, reunindo estudos realizados com 921 mulheres, em gestações com fetos únicos e cefálicos (posição de cabeça para baixo, mais

Recomendações da OMS: cuidado intraparto para uma experiência positiva de nascimento

No último domingo terminou mais uma edição do Siaparto – V Simpósio Internacional de Assistência ao Parto, aqui em São Paulo. Das cinco edições, participei de quatro, e sempre são dias de muito aprendizado e troca de experiências. Acesso a informações embasadas em evidências científicas (e não em “achismos” ou opiniões pessoais) para proporcionar às mulheres autonomia e protagonismo sobre seus próprios corpos. Uma das palestras que assisti foi sobre as novas recomendações da Organização Mundial de Saúde

Um caminho especial

Ontem completei 50 partos que atendi como doula. Em cada um deles, aprendi tanto sobre superação de limites, cura de feridas, entrega, perseverança, cumplicidade, medo e coragem. Acompanhar uma mulher em trabalho de parto exige tanta delicadeza! As 50 mulheres que tive a honra de ajudar a colocar um bebê no mundo me mostraram que cada parto é único e, por isso, meu olhar deve ser atento ao que cada uma precisa.