Ontem completei 50 partos que atendi como doula. Em cada um deles, aprendi tanto sobre superação de limites, cura de feridas, entrega, perseverança, cumplicidade, medo e coragem. Acompanhar uma mulher em trabalho de parto exige tanta delicadeza!
As 50 mulheres que tive a honra de ajudar a colocar um bebê no mundo me mostraram que cada parto é único e, por isso, meu olhar deve ser atento ao que cada uma precisa. Um abraço, uma frase, um aperto de mão, a massagem na lombar, a ajuda para mudar de posição, um copo d’água, um leque para aliviar o calor…
A intensidade do trabalho de parto, os gritos do fundo da alma, o descanso e o prazer entre as contrações, a força dos puxos que empurram o bebê para fora, o êxtase quando o bebê vem para o colo. Tudo isso esteve presente, e muito mais que não consigo nomear.
Tive e tenho a sorte de atender partos com equipes humanizadas, que trabalham com respeito ao protagonismo feminino e de acordo com as mais recentes evidências científicas. Não foram todos, mas a maioria. Entretanto, independentemente se foi um parto natural, normal ou uma cesárea intraparto, acompanhar um nascimento é um privilégio. Nunca é, e nem nunca deve ser, tratado como algo banal; pelo contrário, é sempre extraordinário.
– Foto autorizada pelos pais, tirada por mim durante um parto hospitalar natural na banheira. Com uma das mãos eu segurava o rebozo (pano) e com a outra o celular para registrar um momento tão incrível.