Começo este post contando para vocês que tive dois filhos pélvicos (sentados) – ou quase, já que um foi “virado” com 33 semanas pela minha obstetra humanizada. No entanto, essa minha estatística não é nada comum. Somente 7% dos bebês estão sentados na 32ª semana de gestação e apenas 4% dos bebês chegam à 37ª semana nessa posição. Ou seja: a grande maioria se posiciona de cabeça para baixo, na posição cefálica. Portanto, nada de alarme antes da hora!
Mas… e se eu chegar à semana 32 e meu bebê ainda estiver sentado?
É importante saber que existem técnicas para ajudar o bebê a virar, que são:
– Acupuntura/técnicas de moxabustão com profissionais especializados. Os locais que promovem rodas de gestantes e as doulas sabem indicar quem são esses acupunturistas.
– Exercícios específicos. Eu indico as técnicas de Spinning Babies e os exercícios propostos pela parteira Naolí Vinaver. Claro que, antes de fazer qualquer coisa, é preciso ter o aval da equipe médica (obstetra ou obstetriz).
– Versão cefálica externa (VCE). Trata-se de um procedimento médico recomendado pela Organização Mundial de Saúde para aumentar as chances de um parto normal. Existem alguns obstetras que são especialistas nesta manobra, com uma taxa de sucesso que chega a 75%. Na VCE, o médico ajuda o bebê a virar dentro do útero, usando a pressão de suas mãos pelo lado de fora da barriga da mulher. Leia mais aqui.
E se, mesmo com tudo isso, o bebê não virar?
Estudos recentes mostram que o parto pélvico é tão seguro quanto a cesárea, respeitadas algumas condições: o bebê deve estar a termo (entre 37 e 42 semanas), pesar menos que 4kg e ter o acompanhamento de uma equipe médica que saiba atender esse tipo de parto. Infelizmente, há algum tempo o parto pélvico deixou de ser visto como uma variação do normal e, com o avanço das cesarianas, cada vez menos profissionais sabem como acompanhar o nascimento de um bebê sentado.
Portanto, se seu bebê está sentado e você tem uma equipe experiente, você pode ter um parto normal hospitalar, considerando as condições citadas acima. Mas se seu médico nunca acompanhou um parto pélvico, é mais seguro optar por uma cesariana (ou trocar de obstetra). É possível, ainda assim, esperar pelo trabalho de parto, tendo em mente que os partos pélvicos costumam evoluir bem rápido.
Para finalizar, deixo aqui uma reportagem da revista Crescer sobre a história da foto de um bebê sentado que viralizou nas redes sociais e foi tirada pela querida e competente fotógrafa de parto Lela Beltrão.