Alguns obstetras que conheço vinham indicando tâmaras para as suas pacientes como forma de ter um parto mais rápido. Mas isso tem comprovação científica? A resposta é sim!
Estive nos últimos quatro dias imersa no Siaparto – VI Simpósio Internacional de Assistência ao Parto. Em uma das palestras, a médica Ana Thais Vargas apresentou uma metanálise bem recente, de 2019, reunindo estudos realizados com 921 mulheres, em gestações com fetos únicos e cefálicos (posição de cabeça para baixo, mais comum para nascer).
Conclusões: a ingestão de 50 a 100 gramas de tâmaras por dia, a partir de 36 semanas de gestação, por no mínimo 20 dias, levou a:
– menor duração do primeiro estágio do trabalho de parto, ou
seja, a fase de dilatação (latente, ativa e transição aí incluídas);
– menor duração da gestação;
– dilatação mais avançada na admissão hospitalar.
O mecanismo de ação das tâmaras ainda é incerto, mas se acredita que a tâmara tenha uma substância “ocitocina-like”, que aumentaria a força e efetividade da contração. Como não há evidências de malefícios e tudo indica que há benefícios claros, a ingestão dessa fruta deve ser recomendada para as mulheres a partir de 36 semanas de gestação. Ah…a recomendação é de consumir a tâmara in natura, mas como no Brasil só costumamos achar a fruta seca, vamos com ela mesmo!
Por fim, atenção: gestantes diabéticas devem consultar seu obstetra antes do consumo.