Muitas dúvidas existem quando falamos no rompimento da bolsa das águas, a membrana que envolve o bebê dentro do útero. Em termos estatísticos, em aproximadamente 85% dos casos, a bolsa rompe espontaneamente durante o trabalho de parto; em cerca de 15%, a ruptura da bolsa acontece antes do início do trabalho de parto, ou seja, quando a mulher ainda não está sentindo nada; e raramente o bebê nasce “empelicado”, dentro da bolsa (1%).
Nos casos de ruptura prematura de membranas – os tais 15% que mencionei acima – em bebês a termo (37 a 42 semanas), não existe consenso sobre quanto tempo pode-se esperar o início do trabalho de parto. Segundo Melania Amorim, médica obstetra e PhD em saúde reprodutiva, “limites arbitrários como 6, 12, 24 ou 72 horas foram propostos sem evidências convincentes de seu impacto sobre o prognóstico materno e perinatal”. Para ler o artigo completo, clique aqui.
Então o que fazer se a bolsa romper e você ainda não estiver sentindo contrações? Primeiro, não precisa correr para lugar nenhum se o líquido estiver claro. Se houver mecônio (as primeiras fezes do bebê) no líquido, ele terá coloração marrom ou esverdeada – mas mecônio será assunto de outro post. Voltando, ao observar que o líquido está transparente (pode ter um pouquinho de sangue), tenha tranquilidade. Se estiver sendo acompanhada por uma equipe humanizada, provavelmente será possível esperar muitas horas pelo trabalho de parto espontâneo.
Diz Melania Amorim no artigo que citei acima: “… o tempo “ideal” para se aguardar o início do trabalho de parto em casos de ruptura da bolsa das águas (perda de líquido) prematura a termo ainda permanece por ser estabelecido. Enquanto evidências de melhor qualidade não estão disponíveis, há que se considerar as características individuais e a vontade materna, depois do esclarecimento sobre possíveis riscos e benefícios pertinentes à indução versus expectação”.
Após conversar com seu médico e decidir por quanto tempo esperar o início do trabalho de parto, é sempre bom lembrar que a conduta indicada é a indução do parto e não a cesariana.