Tudo começou em setembro de 2018, quando, assim como quem não quer nada, Bernardo resolveu entrar nas nossas vidas. Exatamente como na minha primeira gestação (da Manu), engravidei muito rápido. Claro que é muito bom, mas acabo tendo dificuldade de realizar que realmente estou grávida!
Iniciei o acompanhamento com a minha ginecologista e obstetra da época, que foi a mesma que quase fez o parto da Manu, mas como fomos para Salvador ela nasceu com um outro GO (ginecologista e obstetra) de lá.
Tinha na minha cabeça uma certeza: dessa vez tinha que ser parto normal! A Manu quase foi; entrei em trabalho de parto, foram 12 horas entre saída do tampão e muitas contrações, mas no final, como ela não estava bem posicionada, acabei realizando a cesárea. Um pouco de desconhecimento meu na época sobre este tema do posicionamento, mas enfim.
Com o Bernardo comecei um pouco diferente. Busquei bastante informação para que estivesse segura do que podia ocorrer e das escolhas que poderia fazer. E foi nessa busca que decidi mudar de obstetra. Já com 6 meses de gestação segui a indicação de uma grande amiga e fui na Dra Andrea Campos.
Logo na primeira consulta percebi que foi essencial a mudança: assim que saí da Casa Moara naquele dia tive a certeza de que tinha feito a escolha certa! Além da Dra Andrea, tive a Márcia Koifmann (enfermeira obstetra) e a Carla Dieguez (doula) na equipe! Duas queridas que me ajudaram muito em todo o processo.
A gestação foi relativamente tranquila, o único problema foi a diabetes gestacional, tive que controlar bastante, mas não foi nada impossível.
E, com isso, o tempo foi passando e chegamos em 38 semanas. Tinha certeza de que o parto ia ser parecido com o da Manu, tudo de uma vez, sem alarmes falsos (ela nasceu com 39 e 5 dias), mas queimei a minha língua! Foram muitos finais de dia e noites com contrações de treinamento fortes e uns 4 alarmes falsos! As contrações do parto não vinham de jeito nenhum! Sendo que em 2 desses alarmes falsos a Carla e a Márcia vieram aqui em casa…
Com isso, começamos os estímulos para eu entrar em trabalho de parto: acupuntura, massagem no colo e o shake com óleo de rícino. Eu realmente estava muito ansiosa… com toda a preparação que tinha feito o Bernardo não vir… estava realmente difícil de acreditar. Em função da diabetes gestacional existia o “prazo” de 40 semanas e 6 dias; se não viesse até essa data eu teria que internar para fazer a indução para o parto normal.
Quando fiz 40 semanas e 5 dias, na VÉSPERA da indução, depois dos muitos estímulos (óleo de rícino fui muito corajosa mesmo!) tive a última consulta com a Dra Andrea, para entender os detalhes do procedimento de induzir, que já estava agendado para o dia seguinte, às 8 horas da manhã. A Dra, daquele jeito dela, falou: Emília, está tudo certo para fazermos a indução amanhã, mas acontecem alguns casos que o bebê resolve nascer antes! Já pensou? Ele ainda tem algumas horas para nascer do jeito dele! Eu, super cética, queria somente descansar e me organizar para o dia seguinte.
Fui para casa e no fim do dia começaram as queridas contrações de pródromos. Como eu já estava acostumada a todos os dias sentir as dores naquele horário, achei tudo bem normal. Fui à manicure e depois ainda passei numa lojinha para comprar um vestido! Mas eu mal sabia a noite que me esperava! Cheguei em casa umas 19h e as contrações estavam um pouco mais fortes, mas nada muito diferente. Meu marido, Eduardo, chegou também nesse horário e eu comecei o processo: bolsa térmica e banho quente para ver se diminuíam… tomei o primeiro banho e nada de passar… umas 20:30 tomei o segundo banho e novamente nada de diminuir… depois das 21h mais ou menos que realmente percebi que poderia ser o momento do Bernardo! Mas no fundo eu ainda tinha um pouco de dúvida (e meu marido também!): será que ligo para a Carla e para a Márcia ou espero um pouco mais? Vai que elas não pegam ritmo de novo?
E nessa de esperar fiquei até as 22:30h para ligar! E quando liguei já estava com muita dor… depois disso foi só correria: eu e meu marido saímos voando para o Einstein (obs: até o vizinho acordou com os meus gritos e nos ajudou a levar a mala para o carro!) Quando cheguei lá umas 23:30h a equipe já estava praticamente à minha espera! Fomos direto para a sala de parto e eu já cheguei lá com 6cm de dilatação e muitas contrações. A primeira coisa que eu pedi foi chuveiro de água muito quente para que as dores diminuíssem um pouco… fiquei um tempo no chuveiro com a Carla e com o meu marido enquanto preparavam a banheira de água quente (não sei por que, mas eu estava muito ansiosa por ela).
Depois de um tempo fui para a banheira e as dores só ficavam cada vez mais intensas e curtas! Entrei numa de pedir para o Eduardo contar a cada contração! Era contagem dele e os meus gritos! Além da mão da Carla, que eu apertava tanto que achava que iria quebrar… Passado um pouco mais de tempo (acho que 1 hora +-) a Márcia veio ver minha dilatação e eu já estava com 9cm! mas com uma dor absurda… só me lembro das contagens e eu me debatendo na banheira igual um peixe. Chegou um momento que eu não conseguia mais raciocinar. Comecei a pedir anestesia, mas só pedia quando tinha contração e o combinado era pedir fora (e tinha que ser para a Carla!). Passaram-se alguns minutos e eu tomei a decisão que queria sim a anestesia.
Mas para tomar não foi nada fácil. Não conseguia para de me mexer, até que a Márcia me deu uma “bronca” e consegui me concentrar por alguns segundos para ficar na posição de Buda e o Dr Shinoda aplicar a anestesia.
O efeito foi imediato, descansei um pouco e logo, logo chegou a Dra Andrea com as suas mãozinhas de anjo e começou a ver a posição do Bernardo. Ele estava um pouco alto e ela me pediu para fazer força como se soprasse um balão… e começou a falar: você está indo muito bem, ele já está descendo! Faça mais força! E assim foi indo por alguns minutos… logo depois ela sugeriu para eu ir para o chão e me agachar! Era o grande momento e eu estava sentindo tudo! E veio todo mundo à minha volta! Mais alguns puxos e o meu lindo bebê veio ao mundo, as 2:30 da manhã, do dia 26 junho 2019, exatamente do jeitinho que ele queria! Adoro relembrar esse momento na minha mente! Foi tudo tão perfeito… a anestesia não atrapalhou em nada. Tomei no momento certo e ela me ajudou a relaxar e trazer o Bernardo ao mundo. Logo em seguida ele foi colocado no meu colo e começou a mamar… da forma mais carinhosa que poderia ocorrer! Só tenho a agradecer a essa equipe tão querida por todo o suporte nessa jornada!